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Usei o Contro.ly e experimentei um futuro mais do que fintech


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Muita gente vem falando muita coisa sobre fintech, fintech, fintech. Tecnologia financeira. Quem não gosta de textão e prefere coisas diretas, ou está com pressa porque anda de carro, pode clicar aqui no site contro.ly. Valeu, até mais!

Os que acham que review de fintech pode ter gostinho de literatura de ficção científica ou de pedagogia da libertação: podem me acompanhar que eu vou versar.

Que bom que dá pra respirar um pouco de ar puro nesse ambiente tremendamente regulado, que exala de longe o distinto appeal das instituições que só não tremem muito porque estão tracionadíssimas arrastando legado. Enquanto isso, aqui em 2015, alguns resolvem empurrar o futuro. Hoje vou falar de mais uma startup que faz a expressão “tecnologia financeira” parecer pequena e antiquada: para mim, trata-se de “cultura econômica” com formação de hábitos orientados a objetivos, que consegue equilibrar automação com customização. Pela primeira vez, a sensação é de que talvez, talvez alguém possa ajudar a tomar conta da nossa saúde financeira – não apenas vender “remédios para dores” que terão efeitos colaterais e desembocarão em mais remédios. Claro, vamos aos fatos, começando pelo contexto.

Tem gente que gosta de ter um monte de cartões de crédito. Muitas vezes, de várias contas bancárias diferentes. Pergunto para os amigos e eles dizem que “quando você atinge o limite de um cartão, pode usar outro”. Em tempos de juros altos e desemprego, isso não soa como uma estratégia muito inteligente. Imagina pagar a fatura de um cartão com o crédito do outro (lembrando que crédito é dívida)? Sem contar, claro, a quantidade e a altura das taxas relacionadas a manutenção de contas e cartões, mais toda burocracia envolvida. Você fica atolado trabalhando para o sistema bancário-financeiro.

Para nossa alegria, começaram a surgir no mercado brasileiro alternativas que, para muita gente, vem parecendo mais interessantes. Por um lado, tem cartão de crédito que não precisa de conta bancária, que pode ser controlado por aplicativo no celular; tem cartão de crédito pré-pago para você nunca gastar mais do que já tem na mão; tem cartão de crédito abastecido com bitcoins. Por outro lado, tem sites e aplicativos para monitorar seus gastos visualmente, por categoria. E tem o Controly, que junta tudo isso e coloca em cima mais algumas características diferenciais. Eu fiquei muito curioso em utilizar quando soube desses diferenciais, dado meu interesse em educação financeira, formação de hábitos e saúde financeira (com a qual até hoje não tem muita gente que nos ajude). Então comecei a utilizar e sinto que tenho uma avaliação sobre a inovação que entregam por meio da sua proposta de valor única.

Como se faz, como eu fiz

Um cartão da Controly é solicitado de forma online, apenas pelo aplicativo no celular, mediante umas poucas informações pessoais – sim, tipo o processo daquele outro cartão da moda. Em alguns dias, você recebe o envelope, com informações escritas em um texto escrito por pessoas e para pessoas como nós (humanizadas e atualizadas) e um cartão de crédito pré-pago da Mastercard, emitido pela Acesso (aquela fundada pelo anjo da Certisign, que era sócio da Patagon). Aí você ativa o cartão pelo aplicativo (o código que vem no envelope só serve se utilizado junto com o perfil que solicitou o cartão, obviamente, pois o mesmo vem com seu nome). A primeira coisa a notar é: o cartão vem sem crédito e o app vai guiando a geração de um código de barras no valor que você quiser (vulgo “boleto”, que na infância eu ouvia falar e imaginava algum tipo de bolo ou coisa gostosa, mamãe dizia “vou ali pagar um boleto e já volto” e eu ficava salivando, mas pensando depois aprendi que as coisas estavam ligadas à mamãe, não ao boleto).

Aí, bem, você pode usar qualquer outro app de estimação, pode ser um daqueles caixas eletrônicos que eram tudo-de-bom no milênio passado, saboreia paga o seu boleto e aguarda o saldo aparecer no seu app/cartão em até 48 horas. Pois é. Este é o único ponto chato de toda experiência Controly (que vai além de “usar um cartão modernoso”). Perguntei sobre o prazo para o Victor Sadalla, diretor de marketing da Controly, e ele me falou que não tem como fugir do milênio passado da compensação bancária. Aliás, uma vez reclamei no “meu banco” sobre um cheque que eu havia recebido mas ainda não aparecia no meu saldo e eles disseram que o Banco Central os dá o direito de demorar até dois dias a mais que o prazo máximo previsto sem necessidade de motivo ou justificativa. Bem, banco o Controly ainda não é, você não opera uma conta bancária com eles.

Uma vez abastecido, basta usar seu cartão de crédito em compras online ou offline, nacionais ou internacionais (lembrando que a transação internacional tem uma taxa de 5% + IOF). Vale dizer: “quem tem Contro.ly” (dá-lhe branding!) pode sacar em caixas do HSBC (com uma taxa de R$ 5,90). Ainda não gastei tudo que carreguei, mas obviamente depois é só recarregar via boleto – mas tenho a sensação de que logo em breve eles vão deixar a gente carregar via transferência instantânea. Mas o mais diferenciado não é o que acontece no cartão.

Informe ao Controly como quer que ele alcance os seus objetivos

Há bancos que oferecem aplicações mensais automáticas na poupança. Você diz em qual dia do mês o sistema deve pegar Reais da sua conta corrente. Ok sob o ponto de vista do “esconda o meu dinheiro antes que eu guarde”, mas a poupança não faz nosso dinheiro render de forma suficiente e pode ser resgatada a qualquer momento. No Controly é diferente.

O app permite configurar diversos Objetivos. Para testar, criei um chamado Viagem e disse que quero mil Reais em determinado dia no final do ano. O Controly dividiu o valor por semanas e me avisou que toda semana vai reservar do meu saldo uma fração desse objetivo. Não, ainda não vão botar pra render ou algo assim. Também não sei se vão me deixar resgatar essas reservinhas dos objetivos caso eu precise. Mas, cá entre nós: o Objetivo tem esse nome porque… você entendeu né. E também a função automatizada ajuda na formação de hábito – não adiantaria nada ficar violando isso. Óbvio: se você não tiver saldo no app/cartão em dada semana, o seu objetivo não vai ter progresso, e o Controly deixa isso bem claro em um conjunto de gráficos super amigáveis. Você realmente enxerga a sua meta sendo alcançada.

Quem tem viés fundamentalista (e não entende o que é fun), quem tem viés analítico (e não entende que é a… ops), certamente vai gritar: “que horror deixar esse dinheiro reservado sem correção monetária, isso é um mau hábito do ponto de vista financeiro, econômico, racional, psicológico, moral”. Well, então você tem viés agiota (quer realizar seus objetivos, ganhar na vida especificamente explorando as diferenças entre os preços das coisas) – mas obviamente eu não te condeno. I’m just saying. A característica do Controly que, olhando com perspectiva, me deixa muito animado, é que agora você tem uma alternativa muito mais simples, versátil e barata do que o mercado financeiro tradicional para comprar apenas um número limitado de Objetivos (aposentadoria, seguro de morte e similares) e com uma baita limitação nos termos do produto (amarras burocráticas de tempo, de quantia, de preço pago ao agente).

Não estou dizendo, nem acreditando ingenuamente que o Controly vai me dar dinheiro. Não vai! O que ele vai dar é condições para que, por exemplo, minha irmã possa deixar meu afilhado aprender a cuidar do dinheiro na palma da mão, com o mesmo objeto de estimação no qual ele joga, se diverte, fala com amigos. Sem barreira cultural ou lógica. Sem limites que só existem na escassez induzida no sistema com finalidades protecionistas. E, claro, sei que tudo isso tem um preço. Não estou falando de risco, estou falando de preço mesmo: pago R$ 2,50 para abastecer o cartão (sei que taxa de carregamento parece coisa dos bancos caretas), e pago também R$ 5,00 por mês só para ter o cartão funcionando. Mas pago com gosto, mesmo sabendo que o outro cartão da moda não cobra nada.

Pago porque faço questão que eles continuem existindo e nos ajudem a fazer uma “reeducação econômica”, um “detox financeiro”. Acho que merecem e prefiro saber que vivem por esse dinheiro. Em tempo: Contro.ly foi o último projeto da Startup House, venture builder que encerrou atividades no final do ano e deixou em funcionamento ainda o Casare, a PinGoBox e a DNAshopper. O fundador e CEO é o Pedro Conrade e ele disse que alguns anjos já investiram 1 milhão de Reais na startup, que conta com oito pessoas trabalhando 12h por dia, 7 dias por semana. O app-cartão está disponível há 45 dias e já tem mil clientes ativos e milhares de fãs nas redes sociais. Essa clientela já carregou praticamente 100 mil em seus cartões.

Faz muitos anos que compro apps e que acompanho o mercado brasileiro e dificilmente encontro algo que eu realmente ache que vale a pena usar e pagar. Em pouco tempo de Controly já vislumbrei perspectivas muito mais saudáveis para a minha vida financeira – e de todos nossos compatriotas – do que nossos bancos e cartões nos deixaram imaginar ao longo desses 500 anos que pareciam não sair do ciclo de exploração, colonização e industrialização em massa.

Ainda assim: não vamos pagar para usar o assistente-gerenciador de objetivos financeiros

O motivo? Vou colar o que o Sadalla me respondeu. Na atualização do começo de setembro, teremos integrado novas funções: pagamento de contas, depósitos em conta e transferências entre contas. Tudo sem nenhum custo adicional”. Calma, sei que isso não explica, mas deixa o cara falar. “Nosso compromisso é eliminar as taxas até o final do ano e oferecer um serviço em que toda a monetização não seja custeada pelos correntistas”. Boa, Sadalla! Boa, Conrade!

Reitero, como cientista social aplicado e estrategista: adoro o valor de perspectiva que a História nos dá, mas o milênio passado não pode ser um zumbi, nos assombrando, e a gente não pode se abraçar ao zumbi que está dentro da sala só por termos medo de sair. O Contro.ly é só mais um passo pela porta, sim, e tanta coisa ainda temos pela frente, com ou sem Contro.ly. Ou talvez eu só tenha sido mordido demais pelos zumbis do poderio econômico e, protegido pelos anticorpos da inovação, tenha revertido a doença em uma febre fintech. Ou talvez ainda eu só goste de expressar minhas emoções escrevendo e finalmente encontrei outra coisa fintech que me inspirou de verdade sobre a vida.

Quem leu até aqui: muito obrigado, e parabéns 🙂 Pode informar seu perfil social favorito nos comentários que eu vou pensar em incluir você no meu próximo conto!

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