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Empreendedorismo

Por que o empreendedor é tão incompreendido?

O empreendedor é um audacioso indivíduo empenhado em uma árdua batalha contra as possibilidades. Mas por que a sociedade não o enxerga dessa maneira?


O estereótipo de “capitalista explorador”, que pessoas pouco ou nem um pouco esclarecidas associam ao empreendedor tem desvanecido ao longo dos anos. Não obstante, parece persistir uma certa ojeriza, uma desconfiança arbitrária e até mesmo uma certa hostilidade, por parte de determinadas pessoas, contra o empreendedor. Por quê?

Os dois maiores motivos por trás destas acusações são a ignorância e a inveja. Vamos analisá-las mais detalhadamente.

Muitas pessoas realmente não entendem como o mercado funciona. E a grande maioria delas não tem nem sequer a menor noção de que o número de microempreendedores individuais, e pequenas e médias empresas é incomensuravelmente superior ao número de grandes empresas e mega corporações. E que as situações e circunstâncias que regem a cada uma delas são diametralmente diferentes, para cada uma destas categorias, de maneira que fazer qualquer generalização pejorativa só pode ser produto de mentalidades simplórias. A verdade é que o mercado – e as leis pelas quais ele funciona – existe debaixo de um expansivo diagrama de normas e valores de inextrincável complexidade teórica e funcional, que nenhum de nós domina plenamente, e que não são nada fáceis de mapear, elaborar ou compreender. Como a grande maioria das pessoas que criticam empreendedores não têm conhecimento das engrenagens que regem os parâmetros mercadológicos, elas nunca conseguem ir além do óbvio em suas colocações, sendo primariamente guiadas por estereótipos, ou por opiniões parciais de experiências pessoais, ou de terceiros. Não obstante, estou falando de uma área da vida onde conhecimento não é tudo, mas é quase. Quem conhece a vida de um empreendedor – especialmente empreendedores individuais, e pequenos e médios empresários – além de saber que trabalham arduamente, descansando pouco ou quase nada – para não falar das muitas vezes em que são obrigados a sacrificar feriados ou finais de semana –, têm consciência de que os mesmos enfrentam vidas profissionais carregadas de desafios e inquietações, tendo preocupações, dilemas e dificuldades que trabalhadores assalariados não possuem. E que teriam vidas muito mais simples e comuns se tivessem escolhido não serem empreendedores. Então, o empreendedor “capitalista e explorador” é culpado de que, exatamente? De ter tido a coragem de abrir o seu próprio negócio, uma atitude audaciosa, que a grande maioria das pessoas não terá, em nenhum momento ou período de suas vidas.

Sim, existem empresários exploradores. Afirmar que todos os empresários são honestos, corretos e decentes seria não apenas uma grande insensatez, mas equivaleria a assinar um atestado de ignorância. Em virtude da exploração que alguns sofreram, tendo que entrar com processos na justiça do trabalho, o estigma do “capitalista explorador”, que explora pobres trabalhadores em seu benefício, permanece literalmente aceso nas crenças pessoais de não poucos indivíduos da sociedade brasileira. Mas a grande maioria tende a generalizar, e descontar sua frustração em empreendedores que não apenas não tem relação nenhuma com situações desta natureza, como, ironicamente, tendem a trabalhar muito mais do que um trabalhador assalariado. E muitas vezes, ganhando bem menos.

Uma coisa é certa: quando essas críticas não são produto da ignorância de quem as profere, elas certamente são motivadas pela inveja. A maioria das pessoas que critica empreendedores não teria coragem de se tornar um. Em primeiro lugar, assim que elas ficam sabendo tudo o que envolve a abertura de uma empresa, e como pode ser pesado o investimento financeiro inicial, a grande maioria desistiria no ato. Quando percebem que isso é apenas o início, e que depois vem muito mais trabalho, tanto prático quanto administrativo – e que muitas vezes, em função de circunstâncias adversas, trabalharão sem receber absolutamente nada –, além de não ter direito a décimo terceiro salário, benefícios trabalhistas ou férias, elas definitivamente descartam esta possibilidade das suas vidas.

E um dos fatores mais importantes, mas igualmente ignorado de maneira ostensiva: o empreendedor é a força motriz da economia, da produtividade, da capacitação profissional e do desenvolvimento social de qualquer nação. Pense da seguinte maneira: se não houvessem empreendedores, não haveriam empresas. Se não houvessem empresas, onde os trabalhadores seriam empregados? Se todos quisessem ser trabalhadores assalariados – sem exceções – não havendo quem abrisse uma empresa, uma fábrica, uma loja ou um estabelecimento comercial sequer, aonde estas pessoas iriam trabalhar? É fundamental que o empreendedor exista. A sociedade sem ele pode pegar a pá, a enxada e voltar para o campo, pois a única coisa possível sem o empreendedorismo seria plantar o próprio alimento para sobreviver. E aí voltaríamos todos para um arcaico sistema de agricultura de subsistência.

Um dos grandes problemas do mundo contemporâneo foi disseminado pelas ideologias subversivas de sindicatos mafiosos, nocivos, gananciosos, perniciosos e beligerantes, que ensinaram ao trabalhador que ele é uma eterna vítima das circunstâncias, e sempre que possível, ele deve arrancar tudo o que puder do seu empregador. Esse tipo de ideologia esquece que a maior vítima do sistema, na verdade, é o próprio empreendedor, que muitas vezes tem que vender tudo o que têm – com exceção da própria mãe – para pagar todas as suas despesas, e tudo o que o estado lhe cobra em impostos, indiferente ao fato de sua empresa estar tendo rendimentos ou lucro. E na ignorância de suas desmesuradas ambições, não levam em consideração o fato de que enfraquecer quem dá empregos, na verdade, é conspirar contra o próprio trabalhador. Não se fortalece o mercado, a economia e a existência de oportunidades enfraquecendo quem as possibilita. Destituir e despojar o empreendedor de seus recursos é destruir e comprometer todos aqueles que ele beneficiaria, tanto direta quanto indiretamente. Portanto, prejudicar o empreendedor é prejudicar o trabalhador, e, por incrível que pareça, também o consumidor final, ao diminuir, coibir ou retirar do mercado um produto ou serviço que ampliaria sua possibilidade de escolha.

Não obstante, não sou nem um pouco otimista com relação a uma possível mudança de perspectivas, no que tange a maneira como a sociedade, em geral, enxerga o empreendedor. Com exceção de quem realmente é empreendedor, ninguém nunca apreciará ou reconhecerá o trabalho, o nível de dificuldades, os constantes desafios e as barreiras que estes enfrentam, diariamente, para manter o seu negócio. Aqui no Brasil, infelizmente, o empreendedor permanecerá sendo um baluarte social insubstituível, mas também um ignorado herói invisível.

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